Os olhares mais atentos podem perceber que os fenômenos físicos estão presentes no nosso dia a dia sem ser necessário ir muito longe. Dentre eles, está a indução eletrostática. O nome pode parecer complicado, mas, na prática, ela é bastante conhecida.
O Brasil é um dos países com maior incidência de raios no mundo, cerca de 75 milhões por ano, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A formação dos raios ocorre através do fenômeno da indução eletrostática. Mas para melhor entendê-la na prática, é preciso retornar à teoria.
A classificação dos corpos divide-se entre condutores e isolantes, conforme a capacidade que têm para facilitar a passagem de corrente elétrica. O primeiro grupo, como o próprio nome já diz, favorece o movimento de cargas e, consequentemente, a condução da corrente elétrica. Já o segundo apresenta comportamento contrário.
A indução eletrostática acontece quando há a transferência de carga elétrica de um corpo condutor para o outro, sem necessidade do contato direto, apenas pela aproximação. “Dos três tipos de eletrização existentes, a indução eletrostática é o único que não deixa o corpo permanentemente carregado. As cargas se dividem, mas isso acontece somente quando os corpos estão próximos”, explica a plataforma de ensino de Exatas, Responde Aí.
Mas como isso se aplica nos dias de chuva? Uma nuvem carregada pode formar um campo elétrico com a superfície. O movimento interno das cargas dessa nuvem consegue provocar a eletrização. Quando esse campo elétrico é muito intenso, o ar pode funcionar como um condutor ocorrendo, assim, as descargas elétricas.
Como define o Inpe, os raios são “descargas elétricas de grande intensidade que conectam o solo e as nuvens de tempestade na atmosfera”. Ainda segundo o Instituto, a zona tropical é a que mais possui nuvens capazes de promover a eletrização. Como o Brasil é o maior país localizado nesta área do planeta, a probabilidade de ocorrência de raios no território nacional é alta.
A indução eletrostática nos carregadores de celular sem fio
Entretanto, a presença da indução eletrostática não se restringe aos dias chuvosos. Outro exemplo dessa categoria de eletrização é observado nos carregadores “wireless” (sem fio) para “smartphones”. Esta categoria de aparelho possui uma base para a conexão de um cabo à tomada. O carregamento do celular acontece quando ele é colocado sobre a base.
A eletrização também ocorre por aproximação. O carregador recebe energia elétrica do cabo ligado à tomada e cria um campo elétrico ao seu redor. Quando o “smartphone” é alinhado sobre a base, há a movimentação de cargas que causa a corrente elétrica.
O carregador dispõe de uma bobina de fios de cobre que, ao receber energia elétrica, cria um campo eletromagnético ao seu redor. Os “smartphones” compatíveis possuem uma bobina receptora e alinhadas ao carregador, permitem a movimentação de carga que gera a corrente elétrica.
Dicas para estudar Física
Reconhecer e compreender os fenômenos físicos, na prática, são formas de assimilar e fixar os estudos teóricos. A indução eletrostática integra o conteúdo sobre eletricidade, “ramo da física que estuda os fenômenos que envolvem partículas ou corpos carregados”, como explica a plataforma de ensino de Exatas, Responde Aí.
Na hora de estudar, a orientação é que os estudantes dividam o conteúdo em seis etapas: cargas elétricas; campo elétrico e cargas pontuais; campo elétrico e corpos extensos; lei de Gauss; potencial elétrico e capacitores. “O maior erro é estudar desorganizadamente, pois o estudante acaba perdendo muito tempo e não sente que está realmente avançando”, informa a plataforma.