Ao primeiro momento, mentir no currículo pode parecer o plano perfeito. Mas, não se engane, essa estratégia pode se virar contra você! Descubra quais as consequências dessa sua ação!
Ao final do trimestre de junho, julho e agosto de 2021, o Brasil registrou o número de 13,7 milhões de desempregados.
Assim, apesar de ter havido uma pequena queda em relação ao começo do ano, a quantidade de pessoas que não têm de onde tirar o seu sustento continua alarmante e preocupante.
Para piorar a situação, o país tem atualmente a 4º maior inflação do mundo, e essa é uma realidade que colabora para que, cada vez mais, pessoas se desesperem na busca de um trabalho, fazendo com que tomem atitudes impensadas na hora de se candidatar a vagas de emprego.
Uma dessas atitudes é colocar informações falsas no currículo, que na maioria das vezes acabam sendo desmentidas já na entrevista de emprego.
Por isso, por mais que um candidato esteja precisando de trabalho (ou queira muito a vaga apesar de não passar por necessidades) mentir no currículo nunca é uma solução inteligente e deve ser evitada a todo custo.
Continue sua leitura e entenda por que você não deve fazer isso!
Mentir no currículo vale a pena?
Algumas pessoas conseguem mentir no currículo e se dar bem com isso? Sim, algumas conseguem.
Mas isso acontece com uma pequena minoria e as chances de que você seja “contemplado” com essa sorte desonesta são as mesmas de acertar na loteria, então, acredite, o risco não compensa.
Recentemente, o Brasil acompanhou um caso de repercussão nacional sobre mentiras em um currículo.
Em 2020, o economista Carlos Alberto Decotelli da Silva foi indicado pelo então Presidente Jair Messias Bolsonaro para o cargo de Ministro da Educação, mas teve que deixar o cargo antes mesmo de sua posse.
Em seu currículo, Decotelli dizia ter um título de doutor pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, e outro título de pós-doutorado pela universidade Wuppertal, na Alemanha.
Além desses dois títulos, o economista também dizia em seu currículo Lattes que havia integrado o corpo de docentes da instituição Fundação Getúlio Vargas.
No entanto, logo que a notícia de que Decotelli seria Ministro da Educação tornou-se pública, as três instituições citadas acima questionaram as informações mencionadas em seu currículo, constando a fraude cometida pelo indicado à ministro.
Mesmo com a repercussão negativa do ocorrido, Bolsonaro permaneceu com seu apoio à indicação do economista, relativizando as falsificações e chamando-as de “inadequações curriculares”. Ainda assim, parlamentares e governistas insistiram pela saída de Decotelli.
Agora, vejam bem, se nem com o apoio do Presidente da República o candidato à vaga de Ministro da Educação conseguiu sair ileso de suas mentiras no currículo, imagine o que acontece com pessoas comuns quando as suas “inadequações curriculares” são descobertas!
Mas, para que você não fique só imaginando as consequências, nós vamos contá-las agora.
Quais as consequências de mentir no currículo?
Inventar no currículo uma experiência, qualificação ou habilidade que você não tem e ser descoberto por isso, pode gerar algumas consequências bastante ruins, confira a seguir:
Eliminação imediata do processo seletivo
Boa parte das informações falsas contidas em um currículo são descobertas logo no processo de entrevista.
Os recrutadores estão cada vez mais bem treinados e possuem experiência para fazer perguntas detalhadas capazes de contestar as informações fornecidas.
Mas, a mentira pode ser descoberta até mesmo antes de uma possível entrevista ser marcada.
Isso acontece quando as empresas resolveram checar as referências, entrando em contato com antigos empregadores ou instituições de qualificação profissional/educacional mencionadas no currículo.
Quando isso acontece, dificilmente o candidato a vaga não é eliminado logo no processo seletivo. Pois a rejeição à mentira por parte dos recrutadores é um dos maiores motivos para que essa pessoa seja descartada logo no processo de seleção.
Demissão por justa causa devido a quebra de confiança
Se após a contratação os empregadores constatarem que mentiras foram contadas no currículo, como por exemplo um motorista que mentiu sobre a categoria da sua habilitação, ocorrerá uma quebra de confiança.
Nesse caso, a demissão por justa causa é válida se for aplicada logo em seguida que a mentira foi descoberta.
Processo por falsidade
Em alguns casos, as mentiras no currículo são tão bem elaboradas que acompanham até mesmo a apresentação de documentos falsos.
Por exemplo, um diploma de faculdade falsificado ou uma carta de apresentação escrita em nome de outra pessoa, sem que a mesma tenha conhecimento do documento.
Quando isso acontece, o Código Penal Brasileiro trata dessas infrações, que podem ser enquadradas como falsificação de documento público, falsificação de documento particular e falsidade ideológica.
Desse modo, havendo comprovação da fraude, existe a possibilidade de uma repercussão criminal, prevendo reclusão de 1 a 5 anos e multa.
Reputação profissional abalada
Quando um profissional mente em seu currículo, acaba ficando conhecido no mercado de trabalho por ter uma credibilidade duvidosa.
Além de ser eliminado do processo seletivo ou até mesmo demitido, esse candidato entrará em uma espécie de “lista negra” da empresa e será imediatamente excluído de novas possibilidades de contratação.
Quais as mentiras mais comuns em currículos?
É até bastante comum que candidatos acabem supervalorizando suas competências no currículo. Apesar de ser igualmente um ato de desonestidade, acaba não se comparando a um médico que mente sobre o seu CRM cassado.
No entanto, toda mentira corresponde a um ato de falta de ética,e por mais comum que ela seja, evitá-la ainda é o melhor caminho.
Veja a lista que separamos com as mentiras em currículos mais comuns e evite essas pequenas “mentirinhas” na sua próxima entrevista.
Fluência em idiomas
Apontar no currículo um nível de domínio de língua estrangeira mais alto do que se tem, é uma das mentiras mais comuns.
Mentir sobre a fluência em determinado idioma pode até parecer inofensivo, mas na primeira escrita ou até mesmo na ocorrência da entrevista, a verdade virá à tona.
Salário anterior maior
Para tentar uma vantagem maior na hora de negociar o salário, muitos candidatos mentem sobre seu salário anterior.
Universidade de status
Muitos candidatos julgam ser importante o nome das instituições onde se graduaram e por isso acabam mentindo sobre onde fizeram seus cursos.
Motivo de demissão
Alguns candidatos preferem não dizer que foram demitidos do seu último emprego e, dependendo do motivo, evitam ainda mais ser honestos sobre a demissão.
Falso voluntariado
Para ser visto como um funcionário de atitude, alguns candidatos acabam inventando participações em projetos de voluntariado.
Habilidade que não possui
Determinadas vagas possuem descrições que exigem certas habilidades, como ser comunicativo, inovador, entre outras características importantes para determinados cargos. E, nesse ponto, alguns candidatos acabam dando para si, habilidades que não possuem.
Por mais que mentiras como estas sejam comuns, falar a verdade continua sendo a melhor opção, pois nenhuma carreira de sucesso é construída com base em desonestidade.