Os investimentos alternativos apresentam-se como uma classe de ativos promissora para o ano de 2022. Embora ainda não haja uma completa definição do cenário econômico brasileiro, por conta das eleições presidenciais, as projeções do mercado financeiro apontam oscilações dos indicadores econômicos que tendem a favorecer a modalidade. Por isso, o investidor deve conhecer quais são esses investimentos e saber como investir.
A estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros Selic alcance o patamar de 13% ao ano até dezembro. No mesmo período, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve alcançar o percentual de 6,86% ao ano. As projeções foram apresentadas no Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central no final de março.
Com a alta da Selic, a tendência é que parte dos investidores migre da renda variável para a renda fixa, o que tende a ocasionar uma queda na rentabilidade das ações e de outros ativos negociados na bolsa de valores. Em contrapartida, os produtos da renda fixa não têm um alto potencial de retorno financeiro, pois se trata da modalidade mais conservadora de investimentos.
Neste cenário, especialistas em finanças apontam os investimentos alternativos como uma opção mais atrativa. Isso porque a classe de ativos também é beneficiada pela alta da Selic, uma vez que é atrelada ao CDI, que mantém valores próximos à taxa básica de juros. Mas diferente da renda fixa, tem como uma das principais características o alto potencial de retorno financeiro.
Conheça as opções e como investir
Há vários tipos de investimentos alternativos. No Brasil, o private equity,venture capital e equity crowdfunding têm se destacado nos últimos anos. Eles envolvem a participação em empresas de capital fechado, com alto potencial de crescimento e lucratividade, e que não estão listadas na Bolsa de Valores (B3).
O private equity capta recursos para empresas que estão mais desenvolvidas e estruturadas. Já o venture capital busca o aporte financeiro para pequenos e médios negócios em fase inicial ou pré-operacional, como as startups, conforme explica a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap).
Na prática, o investidor adquire ações ou outros valores mobiliários de negócios que têm o objetivo de se transformarem em grandes companhias. Por isso, os ganhos são em médio e longo prazos.
Já o equity crowdfunding é uma espécie de financiamento coletivo. A modalidade tem contribuído para democratizar os investimentos alternativos, uma vez que é aberta a qualquer pessoa interessada. A partir dessa modalidade, os investimentos em startups deixaram de ser exclusivos para agentes com grande capital financeiro.
Através do equity crowdfunding, é possível adquirir “cotas” das empresas por valores mais acessíveis e lucrar com a venda. Em contrapartida, as startups conquistam um conjunto de investidores para financiarem seus projetos.
Desde 2017, o equity crowdfunding está regulamentado no Brasil, por meio da Instrução nº 588 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A orientação da Associação Brasileira de Crowdfunding de Investimento (Crowdinvest) é que os interessados em participar dos financiamentos coletivos conheçam as regras da CVM.
Em geral, os ativos alternativos são considerados de alto risco, uma vez que o investidor está sujeito às oscilações vividas pelo negócio. No mundo dos investimentos, os riscos são proporcionais ao retorno financeiro, por isso, a possibilidade de rentabilidade também é alta. Os investimentos são realizados on-line, por meio das plataformas autorizadas pela CVM.