Movimento arquitetônico tem ganhado força nos últimos anos e tem tudo a ver com sustentabilidade. Entenda
A sustentabilidade é a palavra da vez e não é mais coisa de ambientalista, agora é exigência obrigatória em projetos de todas as áreas. No mundo da construção civil, da arquitetura e do design de interiores não é diferente e é por isso que você vai ver cada vez mais anúncios até de material de construção verde.
Não está acompanhando? Antes de mais nada, é bom lembrar que não se trata de algo novo. O conceito começou a ser mencionado desde a primeira Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em 1972. Quer dizer, basicamente, que algo pode se sustentar, no longo prazo, sem destruir a natureza.
Apesar de ser um assunto discutido há anos e, inclusive, já implementado na arquitetura há décadas, termos como eco-design e green building ainda deixam muita gente confusa. Mas, de maneira geral, eles apenas querem dizer que os projetos foram pensados tendo a sustentabilidade como base.
A palavra green building significa, ao pé da letra, construção verde. Verde, nesses contextos, é uma referência à sustentabilidade. O mais legal é que, muitas vezes, um prédio pode ser, literalmente, verde, como quando ele tem um projeto que inclui plantas na parte externa.
Mas, voltando ao conceito, um projeto pode ser chamado de green building quando é pensado, em todas as etapas, visando o mínimo impacto no ambiente onde será inserido e prezando pela qualidade de vida de quem vai morar no imóvel e também nas redondezas.
Máxima eficiência e mínimo impacto
Tudo começa ainda no planejamento, já que a própria escolha da localização é um fator bem relevante para um projeto verde. É importante considerar qualquer impacto à fauna e à flora antes, durante e depois da obra. Essa avaliação deve ser feita por especialistas e validada pelas autoridades locais.
A infraestrutura que já existe também importa. É interessante, por exemplo, que seja uma região com boa oferta de transporte público, ciclovia e áreas verdes. A existência de canteiros verdes e outras soluções de resiliência planejadas também são bem-vindas e, caso não existam, devem ser construídas.
Os materiais utilizados devem ser sustentáveis e, de preferência, duráveis e resistentes a eventos extremos. A gestão de resíduos da obra é outro fator importante e o objetivo deve ser o de gerar o mínimo de lixo possível. Reutilizar e reaproveitar são palavras-chave.
Mas não basta construir com menos impacto, um projeto baseado no conceito deve ser planejado para ter sempre a máxima eficiência. O que inclui, entre outras soluções, painéis solares, sistemas de reuso de água da chuva, plantas para garantir o conforto térmico e horta urbana.
Como o green building está inserido em uma nova economia, que tem o cuidado com as pessoas no centro de suas preocupações, as condições de trabalho de quem vai atuar na construção também é relevante. Horas de descanso, remuneração justa e equipamentos de proteção individual são indispensáveis.
Projetos pelo mundo
Exemplos de projetos green building não faltam, incluindo obras icônicas pelo mundo. O “One Central Park”, na Austrália, é um deles. Projetado pelo arquiteto Jean Nouvel e pelo especialista em jardins verticais, a construção sustentável tem mais de 160 metros de altura, com plantas nativas em todo o seu comprimento.
O “Bosco Centrale”, em Curitiba, é outro projeto que chama a atenção por seus jardins, projetados pelo paisagista Benedito Abbud. Na Itália, o “Bosco Verticale”, do arquiteto Stefano Boeri, tem mais de 800 árvores e plantas rasteiras em sua área. E a tendência é que cada vez mais projetos assim apareçam. Ainda bem.