Investir em momento de crise é sempre complexo, já que de uma maneira geral há um grande pessimismo no mercado, principalmente de renda variável, para ações e para fundos imobiliários.
No entanto, apesar desse pessimismo ter fundamento, para o investidor de longo prazo, é nesse momento onde ele pode preparar sua carteira para ganhos expressivos e aproveitar oportunidades que não haveriam caso o momento fosse positivo.
Saiba neste conteúdo como investir em momento de crise e como poder estar exposto a assimetrias positivas.
Durante a crise existem várias oportunidades
Durante a crise existem várias oportunidades que podem ser aproveitadas pelos investidores, para isso, a pessoa deve saber separar o que é uma oportunidade de fato e o que não é, como também, entender quais as melhores oportunidades e quais valem a pena se expor.
Para aproveitar as oportunidades antes de tudo, o investidor deve se manter “vivo” no mercado e não pode correr riscos que podem fazer com que ele deixe de investir, dessa forma, neste momento de desvalorização da carteira e de crise, comumente a economia também vai muito mal.
Por isso, é necessário ter uma reserva de emergência, para caso a empresa que o investidor trabalha ou a própria empresa dele, caso ele seja um empresário, passe por momentos difíceis ele possa ter um dinheiro com que contar e não precise resgatar seu investimento em renda variável, que provavelmente vai estar bastante desvalorizado.
Partindo desse pressuposto, é bem comum que haja uma queda generalizada no mercado acionário e que isso também afeta o mercado de fundos imobiliários e a renda variável de uma maneira geral, por isso é importante se expor aos poucos as oportunidades que vão surgindo e saber o que é oportunidade, pois nem tudo que se desvaloriza é uma oportunidade de compra e valorização futura.
Renda Fixa
Nos momentos de crise, costuma-se haver um aumento de investidores migrando para a renda fixa, isso acontece porque geralmente o banco central brasileiro e o banco central de outros países costuma fazer isso para controlar a inflação, aumentando a taxa básica de juros ou taxa SELIC.
Desta forma, o preço das ações e de fundos imobiliários acaba caindo e as pessoas costumam migrar para investimentos mais seguros. Um dos grandes cuidados para se tomar está nos títulos prefixados que possuem marcação a mercado e, apesar deles serem de renda fixa, podem sofrer grandes desvalorizações neste momento, já que eles são influenciados negativamente pela dinâmica de aumento de juros.
Outro movimento comum além do investimento em títulos pós fixados, está também no investimento em títulos relacionados a inflação (IPCA+), já que com a inflação elevada, o poder de compra diminui e o objetivo de vários dos investidores é no mínimo mantê-lo.
Renda variável
Em momentos de crise, a renda variável costuma ser extremamente afetada, um dos principais exemplos está no circuit break que aconteceu algumas vezes durante a crise sanitária da COVID-19.
No entanto, da mesma forma que as ações e fundos imobiliários não vão se valorizar para sempre, eles também não se desvalorizar para sempre, portanto, para investidores que possuem uma ótica de longo prazo, excelentes oportunidades podem surgir.
Isso acontece principalmente porque, a medida que a economia vai melhorando e o cenário do país vai se tornando mais positivo, as empresas começam a ter maiores lucros e nos resultados trimestrais ter um melhor desempenho, isso faz com que suas ações aumentem de preço e, de uma maneira geral, o mercado acionário comece a se valorizar novamente.
No entanto, como citado anteriormente, nem tudo que se desvaloriza é uma oportunidade e é necessário separar o joio do trigo. Além disso, não existe uma data marcada ou um período de tempo específico que a crise pode durar, podendo ela durar vários anos e a bolsa ficar muito tempo no mesmo patamar ou se desvalorizando ao longo de vários anos.
Por isso, se expor da maneira adequada e conseguir identificar quando fazer isso é essencial, mas lembre-se que é impossível comprar no patamar mais baixo e vender no patamar mais alto, portanto, estar exposto ao mercado na medida que você acredita fazer sentido para a sua carteira de investimentos e comprar empresas com grande potencial de valorização, é essencial.
Como investir com segurança
Para investir com segurança, é necessário sempre ter renda fixa na sua carteira, pois ela vai ajudar a balancear seu portfólio caso aconteça alguma crise e o mercado acionário se desvalorize. Além disso, existem alguns setores na bolsa brasileira que costumam ser mais defensivos e menos voláteis.
Esses setores são aqueles de serviços essenciais para a sociedade, entre eles estão:
- Alimentício;
- saúde;
- telecomunicações;
- elétrico;
- entre outros.
Além destes setores, ter uma carteira diversificada, compondo empresas listadas na bolsa americana ou que tenham exposição ao dólar e diferentes classes de ativos, ajuda a ter um portfólio mais balanceado e que sofra menos nos momentos de crise.
Quais investimentos fazer nessa época?
Existem diferentes tipos de investimentos possíveis de serem realizados nesse período. O essencial é entender que riscos a pessoa está disposta a correr e quanto tempo ela aguenta ver seu dinheiro sendo desvalorizado, pois, como citado anteriormente, não existe uma data para que ele comece a se valorizar.
Ações
O mercado acionário costuma cair de uma maneira generalizada, dessa forma, algumas empresas começam a ficar “baratas” e atingir preços que não iriam atingir caso não fosse um momento de crise.
Portanto, se essa é uma empresa resiliente, é bem provável que no futuro seu preço volte a patamares anteriores e que a empresa consiga se recuperar, às vezes, inclusive saindo mais forte da crise do que quando entrou.
Este tipo de ativo é um ótimo ativo para se ter em momento de crise, no entanto, o investidor deve ter uma tese do porquê investir na empresa muito clara e bastante emocional, pois, por mais que ela esteja “barata”, ela pode ficar ainda mais, caso a crise se agrave.
Renda fixa
Na renda fixa, existem algumas oportunidades interessantes que podem ser exploradas, elas estão nos títulos atrelados à taxa SELIC, que costuma aumentar de patamar nesses momentos e também nos títulos atrelados ao IPCA, pois, caso a inflação esteja elevada, esses títulos vão aumentar de rendimento também.
Além destes títulos, os préfixados podem ser uma boa opção, se o investidor conseguir começar a ver uma melhora na economia e se as taxas de juros começarem a diminuir, pois na diminuição das taxas de juros estes títulos costumam aumentar de valor e, mesmo na renda fixa, a pessoa pode ter valorizações expressivas.
Fundos imobiliários
No caso dos fundos imobiliários, principalmente aqueles que são fundos de tijolo, mas também aqueles que são fundos de papéis costumam ser boas opções neste momento. Um dos principais fatores está atrelado a distribuição de dividendos que costuma acontecer mensalmente.
Além disso, estes fundos costumam reajustar o aluguel com inflações altas e o preço dos imóveis que compõe aquele determinado fundo, costumam também acompanhar a inflação, sendo eles boas opções para se ter olhando o mais longo prazo.
Isso se dá principalmente porque ao comprar os fundos imobiliários a preços mais baixos, seu dividend yield em momentos de crise devido ao preço que comprou aquele determinado ativo, tende a ser extremamente alto, quando o mercado se estabilizar.