Você já ouviu falar sobre energia solar? Trata-se da energia gerada a partir da radiação do Sol. Essa forma de energia pode ser utilizada para várias finalidades, incluindo o aquecimento de água e a produção de eletricidade.
A energia solar representa uma das alternativas mais limpas e sustentáveis disponíveis no momento. Diante do crescente interesse em preservar o meio ambiente e a demanda por fontes renováveis, o setor de venda de energia solar apresenta um imenso potencial de expansão.
Em 2024, a concorrência neste mercado está mais acirrada do que nunca, e para se sobressair é fundamental implementar estratégias de vendas eficazes. Conheça algumas das principais práticas e táticas para entender como vender energia solar em 2024.
É possível vender energia solar?
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a comercialização de energia solar pode ser feita de duas maneiras: através de leilões regulamentados ou vendendo a energia gerada por sistemas fotovoltaicos em troca de créditos.
Esses créditos são utilizados para compensar o consumo de energia das concessionárias nos períodos em que não há geração solar, como durante a noite ou em dias chuvosos.
Dessa forma, toda a energia gerada em excesso é disponibilizada na rede elétrica e “vendida” para a companhia distribuidora, gerando créditos que serão descontados na sua conta quando você consumir eletricidade em períodos sem sol. Esses créditos têm validade de 60 meses e podem ser transferidos para outro imóvel, desde que atendam a alguns critérios:
- O imóvel deve estar registrado sob o mesmo CPF ou CNPJ do local onde a energia é produzida;
- O imóvel deve estar situado na mesma área de distribuição da concessionária.
É possível vender energia solar para o meu vizinho ou qualquer outra pessoa?
É possível gerar e comercializar a energia solar produzida em sua residência, utilizando os créditos de energia referentes à geração a mais ou vendendo para consumidores do mercado livre de energia, atuando como um autoprodutor vinculado à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Essa norma se aplica não apenas à energia solar, mas também à eólica, hidráulica e biomassa.
Essa abordagem traz benefícios tanto para o consumidor quanto para o Estado, resultando em uma economia significativa para ambos. O processo é relativamente simples e pode ser iniciado com poucos passos. Confira a seguir como começar a vender a energia solar gerada em sua casa.
Como vender energia solar gerada em minha própria residência?
Para comercializar a energia solar produzida, é preciso gerar uma quantidade maior do que o necessário e “emprestar” essa sobra à rede da distribuidora. Em troca, a distribuidora irá compensar com créditos de energia equivalentes ao valor gerado, que são válidos por até 60 meses, proporcionando um retorno financeiro de até 95% na redução da conta de luz do imóvel.
Nesse formato de comercialização de energia solar, o “vendedor” não receberá pagamento em dinheiro, mas sim em forma de créditos energéticos. Para isso, é fundamental contar com um sistema on-grid, que encaminhará a energia excedente para a distribuidora.
A ANEEL, com o intuito de incentivar os consumidores que geram sua própria energia, elaborou a Resolução Normativa nº 482 em abril de 2012. Essa norma foi um marco importante na regulamentação da micro e minigeração de energia no Brasil, possibilitando que o excedente gerado por sistemas fotovoltaicos fosse convertido em créditos de energia para uso futuro.
Após essa regulamentação, surgiu a legislação. Em 6 de janeiro de 2022, entrou em vigor o Marco Legal da Geração Distribuída (GD) por meio da Lei 14.300. Essa lei estabelece as diretrizes para a micro e minigeração distribuída, abrangendo tanto a compensação de créditos quanto a remuneração pelo uso da rede de distribuição.
Antes da implementação da Lei 14.300, os produtores podiam se classificar como micro ou minigeradores caso tivessem uma potência instalada de até 75 kW ou entre mais de 75 kW e 3 MW, respectivamente.
Com a nova regulamentação, a partir de 6 de janeiro de 2023, esse limite foi ajustado para um máximo de 3 MW, independentemente da presença de um sistema de armazenamento. No entanto, essa alteração não se aplica às fontes despachadas, como biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), que continuam com o limite anterior de 5 MW.
Os geradores solares têm a possibilidade de reduzir sua conta de energia em até 90%, além de ajudarem na proteção do meio ambiente.
Mercados de comercialização de energia solar no Brasil
No Brasil, há duas modalidades para a comercialização de energia: o Ambiente de Contratação Livre (ACL) e o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que é popularmente chamado de mercado cativo.
O Ambiente de Contratação Livre, por sua vez, é conhecido como mercado livre de energia independente. Nesse ambiente, os consumidores têm maior liberdade para negociar diretamente com diversos fornecedores, o que pode resultar em custos mais baixos, uma vez que produtores e geradores realizam suas próprias negociações entre si.
Para comercializar energia solar neste setor, é imprescindível tornar-se um autoprodutor ou gerador de energia solar e se associar à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Isso permitirá a venda para consumidores do mercado livre, cuja demanda varia entre 500 KW e 3 MW.
O Ambiente de Contratação Regulada, também conhecido como mercado cativo, refere-se à modalidade onde a compra é feita diretamente com a concessionária que está conectada eletricamente. Nesse sistema, o consumidor paga apenas a fatura mensal de energia, que inclui os serviços de geração e distribuição. Dessa forma, todos os consumidores tornam-se cativos, uma vez que as tarifas são controladas pelo governo.
Diferenças entre sistema residencial e usina solar
O primeiro aspecto a ser considerado é que esses sistemas operam em escalas, magnitudes e finalidades distintas. Os sistemas de energia solar residencial são implementados em lares ou propriedades para suprir as demandas energéticas locais, enquanto as usinas solares, por sua vez, são estruturas de grande porte concebidas para gerar uma quantidade significativa de energia que pode ser comercializada no mercado livre de eletricidade.
Sistema residencial
Normalmente, esses sistemas têm dimensões menores e são projetados para atender ao consumo específico do local em que estão instalados. Frequentemente, suas instalações ocorrem nos telhados, aproveitando o espaço disponível para os painéis solares, com o objetivo principal de reduzir os custos com eletricidade e mitigar a dependência da rede elétrica convencional.
Usinas solares
Essas usinas são de grande porte e produzem energia em uma escala comercial. Normalmente, são localizadas em áreas apropriadas para essa finalidade, ocupando vastas extensões de terreno, mas também podem ser instaladas em grandes edifícios, indústrias e terrenos que sejam adequados.
O seu principal objetivo é gerar e fornecer eletricidade para um grande número de consumidores.
Cooperativas de energia solar
Uma alternativa interessante para aqueles que não têm a possibilidade de instalar sistemas de energia solar fotovoltaica, como os moradores de apartamentos, é a formação de cooperativas.
Em uma cooperativa de geração distribuída, os créditos gerados pelo sistema fotovoltaico podem ser divididos em percentuais entre os membros da cooperativa.
Portanto, uma cooperativa é basicamente um conjunto de indivíduos que se juntam para gerar sua própria energia por meio de um sistema solar. Em uma cooperativa, pode haver até 20 consumidores do tipo pessoa física.
Conclusão
O setor de energia solar oferece diversas oportunidades, e lucrar não se limita apenas à venda. Cada vez mais, profissionais especializados, como engenheiros e técnicos, estão encontrando na energia solar uma fonte de renda, impulsionada pela crescente demanda por alternativas energéticas sustentáveis.
Se você está considerando investir em uma usina ou fazenda solar, é importante saber que isso é possível. Além disso, é aconselhável regularizar todo o seu sistema para poder comercializar a totalidade da energia gerada no mercado livre de energia.