Expansão deve seguir em ritmo acelerado pelos próximos meses
O Mercado Livre de Energia cresceu 21% no Brasil em um ano, considerando o intervalo entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021.
No mesmo período, o consumo de energia elétrica registrou alta de 1,8%, enquanto a geração avançou 1,9% no Sistema Integrado Nacional (SIN).
A expectativa do setor é que a expansão observada até o momento siga em ritmo acelerado pelos próximos meses.
Os dados apresentados são do levantamento mais recente realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que apontou a existência de 8.875 agentes nas categorias de consumo do mercado livre no país.
Deste total, 88% são consumidores especiais, que demandam entre 500 quilowatt-hora (kW) e 1,5 megawatt (MW) e, portanto, podem obter energia de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) ou de fontes incentivadas especiais.
Os outros 12% são formados por consumidores livres, que possuem demanda mínima de 3 mil quilowatt-hora (kW) e podem escolher o fornecedor por meio de negociação.
“Os números dão continuidade à série de aumentos expressivos apresentados pelo mercado livre desde agosto de 2020”, afirmou a CCEE em nota.
Consumo
A expansão do setor refletiu na elevação do consumo de energia, segundo a avaliação da CCEE. “Esse aumento decorre, principalmente, de uma alta de 9,4% no Ambiente de Contratação Livre (ACL), que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais.”
De acordo com o órgão, a migração de empresas para o mercado livre tem sido expressiva. Ao mesmo tempo, o Ambiente de Contratação Regulado (ACR), que reúne os consumidores que compram energia das distribuidoras, teve queda de 1,6% na demanda.
Perspectivas
O Mercado Livre de Energia obteve bom desempenho mesmo em meio à crise decorrente da pandemia da Covid-19. A expectativa é que o avanço na vacinação e a consequente redução do número de casos da doença no país possam contribuir para um cenário mais promissor.
Saiba o que é e como funciona o setor
O Mercado Livre de Energia é um ambiente de negociação onde as empresas podem adquirir energia elétrica diretamente de geradores ou comercializadores.
A CCEE é responsável pela medição da energia gerada e consumida no SIN. Geradores, distribuidores, comercializadores, autoprodutores e consumidores integram o grupo de agentes do órgão.
A autoprodução é um sistema que merece destaque. Nele, o consumidor cria a sua própria instalação para o suprimento da demanda de energia elétrica.
Este modelo permite impulsionar a tecnologia, por meio do desenvolvimento de novos parques geradores.
Vantagens
De acordo com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o Mercado Livre de Energia abrange 85% das indústrias do país.
O principal atrativo para a adesão consiste na possibilidade de redução de custos, uma vez que a energia é contratada diretamente do fornecedor e também há isenção do pagamento de bandeiras tarifárias.
A liberdade de negociação permite a escolha do montante de energia, dos prazos e das condições. Outra vantagem reside na possibilidade da compra de energia incentivada, através de fontes renováveis.
Conteúdo escrito por: Rodolfo Milone, Assessor de imprensa.