O início da colheita da jabuticaba segue até novembro e o item já chega aos mercados e supermercados de São Paulo.
No início da safra, que vai até novembro, a jabuticaba já está chegando aos mercados e feiras de São Paulo. Para quem deseja consumir a fruta no dia a dia, neste período, as gôndolas dos supermercados passam a ser abastecidas com frutas de qualidade, produzidas por agricultores das três maiores regiões produtoras do país: São Paulo, Minas Gerais e Goiás .
São Paulo, aliás, tem um município chamado Jaboticabal, a 345 quilômetros da capital, que leva o nome do fruto (a origem desse título deriva de uma floresta de jabuticabeiras nativas dentro do primeiro perímetro demarcado no município).
Segundo Hélio Satoshi Watanabe, engenheiro agrônomo do Centro de Qualidade em Hortaliças da entidade, das 2.445,85 toneladas obtidas e promovidas por 39 atacadistas em 2019, 98,54% vieram de propriedades paulistas.
Produção
Pelas estatísticas do Levantamento Censo das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento , são encontrados mais de 22 milhões de jabuticabeiras no município (17 milhões na área rural e cinco mil pés aspergidos na forma difusa na região metropolitana).
“Aqui na região central de São Paulo, o clima garante uma fruta doce e gostosa. Nesta temporada, devido ao clima mais seco e quente que dominou o inverno, é provável que haja queda na produção, mas a antecipação é que os bagos ficam ainda mais doces, já que essas condições aceleram o amadurecimento e deixam os frutos com maior concentração de açúcares ”, esclarece André Luiz Antonialli, agrônomo responsável pela Casa da Agricultura local, ligado à área de atuação do São João Coordenação Regional de Desenvolvimento Sustentável da Boa Vista (CDRS).
Pelas estatísticas, a Casa Branca é considerada o maior produtor de São Paulo e um dos maiores do Brasil. A área cultivada tem se mantido estável, com tendência de aumento da quantidade de plantas, em função do adensamento do plantio em regiões de renovação de pomares irrigados ”, detalha o agrônomo da Casa da Agricultura.
“A safra ocorre naturalmente entre setembro e novembro, dependendo muito das condições climáticas do ano e se o pomar é irrigado ou não. Para este ano, esperamos uma queda na safra, a ser verificada de acordo com a água e balanço térmico da região. Achamos que a cadeia produtiva da jabuticaba é relevante para o mercado do município, gerando ganhos e empregos indiretos e diretos no campo, principalmente durante a safra (foram mais de 500 pessoas empregadas no ano passado) ”, afirmou. acrescenta.
História
Para todos os interessados em se iniciar na cultura, o agrônomo faz uma reserva. Por isso, principalmente os pequenos fabricantes, precisam diversificar a área com outras culturas ou atividades, a fim de obter renda durante a implantação da fruticultura ”.
Viveiro, membro de uma família que tem mais de meio século de tradição na criação de mudas de jabuticaba, José Carlos Rezende Nogueira fala da popularidade desta cidade, conhecida como a capital desta fruta no estado de São Paulo, que também conta, com uma festa anual onde podem ser degustados pratos à base de jabuticaba, além de produtos de higiene e beleza com frutas como ingrediente.
“Nosso município tem muita história com a criação de jabuticabas, pois somos da região da Mata Atlântica, que será o seu centro de origem. Além disso, ele tem tradição aliada às inúmeras propriedades que cultivam há anos e com a produção de mudas, como é o caso da minha própria família, onde meu pai começou o viveiro há 55 anos. Para essa longa história se realiza a festa anual da jabuticaba, cuja primeira edição data do final do século. Década de 1920, quando poucas mulheres preparam pratos com frutas como ingrediente principal ”, diz o viveirista.
“Porém, naquele momento, houve um hiato de vários anos e a comemoração foi retomada na década de 1960. Depois de mais uma parada, foi retomada na década de 1990. Com essa história particular e a excelente fabricação, em 2012, a Casa Branca foi fundada por legislação como o financiamento estatal da jabuticaba, que fez com que as frutas aqui criadas fossem uma menção e uma marca no país ”, completa.
Mudas com garantia de qualidade
Além da assistência técnica prestada aos fabricantes, como ferramenta de expansão rural, a Secretaria da Agricultura vem investindo há décadas na criação de mudas de grade em seus diversos Núcleos, em grande parte no Núcleo de Geração de Mudas de Pederneira, unidade do Departamento. de Sementes, Mudas e Matrizes, do CDRS.
Com um arvoredo totalmente de jabuticabeiras, composto por exemplares com mais de 50 anos, que enchem os olhos de consumidores e visitantes da unidade, o Núcleo tem uma produção anual de aproximadamente cinco mil mudas, que podem ser comercializadas em diferentes idades (entre aquelas de sachês, com duas décadas, até árvores de 10 a 12 anos, já em produção), destinadas tanto a produtores quanto a interessados em instalar pomares nacionais, modalidade que teve aumento de demanda devido à quarentena instituída pelo surto, que resultou em um grande número de indivíduos que passaram a investir em hortas e pomares, bem como em varandas de apartamentos.
“Temos sido procurados por um número cada vez maior de compradores com esse perfil. Por outro lado, a melhor exigência ainda vem de produtores de diversas áreas e até de outras nações, devido à garantia de qualidade e custos adequados à idade As mudas estão sendo produzidas com tecnologias de purificação pelo método de garfo (enxertia de um galho de planta que já está produzindo em uma muda feita a partir da semente), o que garante uma diminuição do tempo de frutificação, ou seja, um lucro considerável no período de início da produção, visto que uma jabuticabeira leva mais de 10 anos para frutificar ”, preocupa José Roberto Bois.
Outro ponto importante levantado pelo agrônomo é que a Secretaria não só vende mudas, mas fornece ajuda técnica. “Nossos técnicos assessoram produtores e demais compradores sobre como plantar, conduzir mudas e manejar a safra”, destaca.
Obedecendo aos protocolos de saúde e distância social, o preço de compra das mudas tem sido feito por telefone e e-mail; a retirada ocorre em um horário especificado. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone -LRB-14-RRB- 3284-1364 e pelo e-mail [email protected] .
Tradição
Com uma tradição iniciada pelos primeiros imigrantes vindos da Itália no início do século passado, parte da família Fagan, que se instalou no município de Casa Branca, deu início a um dos maiores pomares de jabuticaba do país.
“Meus avós tiveram a visão, muito boa mesmo, de transplantar jabuticabeiras para plantações de café, com o objetivo de ter uma atividade agrícola mais simples de usar”, afirma Neusa Fagan, que, junto com outros familiares (Valdir, José Roberto, Rubens , Carlos, Arlei, Ângela e Ana Maria Fagan) mantêm a tradição do cultivo da jabuticaba como principal atividade agrícola.
“Como as jabuticabeiras demoram anos para frutificar, meus avós foram colhendo mudas e formando pomares (muitas dessas plantas ainda são da propriedade da família), mas como tinham renda plantavam consorciada jabuticaba e laranja. Quando as primeiras jabuticabas começaram a plantar colhida, a produção seguia de trem para o canal da Luz, em São Paulo, e de lá para o Mercado Central [atual Mercado da Cantareira] As frutas eram acondicionadas em cestos de bambu, feitos na cidade de Itatiba, também cobertos com ramos da jabuticaba “, revela.
Atualmente, no site Boa Vista, a família possui 1.600 jabuticabeiras em 20 hectares, todas ofertadas no Ceagesp. “Hoje a cultura da jabuticaba é mecanizada; só o cultivo é feito manualmente. O direcionamento é feito com poda, adubação e calagem, em regime de lavoura comercial e muito profissionalizada. Investimos no controle de pragas e no uso adequado de substâncias, com o menor indicador de potencial de toxicidade. A colheita é manual, gerando uma série de tarefas para a Casa Branca junto com a região. Tudo isso é consequência de décadas de investimento em um pomar que possui árvores centenárias aliadas ao constante plantio de novas usinas, que começarão a gerar em 10 anos ”, afirma o produtor.
Em relação ao período de seca, Neusa destaca que a criação da jabuticaba sofre como outras culturas de calor mais intenso, mas como é indígena da Mata Atlântica vai se adaptar ao clima.
“As perspectivas para a safra dessa safra são justas, pois nossa área é 100% irrigada por microaspersão [mangueiras que levam água para o pé das plantas], mas, por falta de chuvas, estamos adaptados para conter a água muito bem, para que não haja desperdício ”, destaca.
Benefícios
Jabuticaba é originária do Brasil. De uma palavra de origem indígena (Tupi) “Iaoutikaua”, o nome implica fruta onde se alimenta a tartaruga.
Segundo Denise Baldan, nutricionista da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que atua no CDRS, a jabuticaba é uma excelente fonte de vitamina C, que ajuda a fortalecer as defesas do organismo e melhora a absorção de ferro. “Contém vitaminas B que resultam na saúde do sistema nervoso”, orienta a enfermeira, ressaltando que, geralmente, a jabuticaba é mais consumida in natura , tanto a polpa quanto a casca podem ser ingeridas, pois ambas possuem nutrientes necessários para todo o corpo.
“Porém, o que muitos não sabem é que é versátil e pode ser utilizado como ingrediente em diversas receitas culinárias. A polpa é ideal para geléias, doces e doces. A casca, por outro lado, pode ser comida com a frutas ou torradas e depois processadas, tornando-se uma farinha saudável, que pode ser consumida com iogurtes, saladas de frutas e tantos outros ”, finaliza a nutricionista.