Trabalhar muito não implica em trabalhar com qualidade.
O dia a dia das empresas é frenético: são rotinas administrativas para cumprir, tarefas para delegar, contas para prestar… E por aí vai. Sem um cronograma, boa liderança e um RH funcional, é impossível manter o cotidiano como ele deve ser.
Para garantir que todos os trabalhadores estejam motivados e cumpram as suas tarefas no horário certo, sem a necessidade de estender a estadia no escritório ou sem precisar levar trabalho para casa, é preciso que todos estejam alinhados – a comunicação, nesse ínterim, é o que deve ser mais cultivado.
Boas empresas preocupam-se em ter linhas de contato direto com os seus colaboradores, especialmente em tempos como os nossos, onde muitos trabalham à distância e parte das mensagens são vistas apenas em ambiente online.
Sem a possibilidade de ir até a mesa de alguém para falar, torna-se fundamental caprichar nas formas alternativas de comunicação – em especial aquelas que ocorrem de maneira instantânea, como grupos em redes sociais, mensagens em chats, etc.
Toda a rotina de um trabalhador no século XXI, em especial quando ele trabalha em casa, deve ser montada para permitir que ele cumpra as suas funções exatamente no tempo certo – não é interessante para ninguém que o profissional vire noites acordado, nem que ultrapasse as suas horas diárias de serviço.
É preciso que combatamos a ideia de que trabalhar muito é trabalhar bem! Ignorar os limites do corpo é, além de uma causa de estresse e gatilho para transtornos de ordem mental, um grande impeditivo de produtividade. Falaremos um pouco mais sobre isso a seguir.
Produtividade: o que é?
Podemos dizer que a produtividade é a relação da capacidade de produzir com o tempo que levamos para executar as nossas tarefas. Trata-se de realizar o trabalho em tempo hábil, com o mínimo de recursos.
Trabalhadores produtivos não levam trabalho para casa – como já mencionamos brevemente neste artigo, isso é um problema -, nem precisam expandir seu horário de serviço para entregar relatórios e similares. Da mesma forma, eles não prejudicam os seus colegas porque estão sempre organizados.
Produtividade não é, ao contrário do que algumas pessoas pensam, produzir em tempo recorde, sem descanso ou desrespeitando os limites da sua mente. Essas coisas, na verdade, são inimigas da produtividade: há um momento em que todos nós precisamos de silêncio, de conversas amigáveis ou horas a mais de sono.
Quando não levamos em consideração as nossas necessidades fisiológicas e de lazer, prejudicamos o funcionamento do nosso cérebro e aumentamos vertiginosamente os nossos níveis de estresse.
O estresse, como sabemos, é inimigo não apenas da nossa saúde mental, mas do funcionamento do nosso corpo e da manutenção das nossas relações. Quanto mais estressados, menos pacientes, mais insones, mais intolerantes.
Para que possamos nos manter sãos no mundo em que vivemos, com todos os seus prazos, correria e ansiedade, o indicado é criar limites e aprender a respeitá-los.
Combatendo os males do excesso
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o mundo desde 2017. Com a pandemia do novo coronavírus, acredita-se que o número de indivíduos afetados tenha crescido significativamente.
O medo de perder o emprego, de não conseguir prover ou de ficar desamparado, piorado pela crise da pandemia e pela situação da economia brasileira, é um gatilho significativo para o desenvolvimento dos problemas já citados.
Para mostrarem-se capazes de trabalhar e preservar o emprego, muitos brasileiros têm aumentado a carga de serviço e aceitado jornadas de trabalho cada vez mais exaustivas. Com receio de serem dispensados, esses profissionais têm ignorado o chamado do próprio corpo e voltado seus olhos para o futuro.
Embora seja uma circunstância compreensível, dado o momento histórico que estamos vivendo, isso não pode acontecer.
Se estamos cansados, não somos capazes de executar nossas tarefas com o cuidado e a excelência que poderíamos. Daí, mesmo que sejamos capazes de entregá-las horas antes da deadline, possivelmente não entregaremos o que era esperado.
Isso gera frustração, além de mais cansaço – o retrabalho, como chamamos, gera duas vezes mais esforço! E a tendência, caso o seu trabalho tenha que ser editado e refeito muitas vezes, é que a sua autoridade diminua. É exatamente o contrário do que se deseja, não é verdade?
As empresas devem batalhar para que os trabalhadores se sintam motivados, dispostos e saudáveis; do contrário, não estarão cumprindo a sua função para com a sociedade, tampouco estarão utilizando sua força de trabalho corretamente.