Condição não é considerada uma patologia, mas requer cuidados quando há dor ou incômodo
Durante a infância, o arco plantar é desenvolvido. A mudança da sola reta do pé do bebê para o desenho de uma curvatura acontece aos poucos e naturalmente. No entanto, algumas crianças podem não ter esse desenvolvimento completo, o que configura o chamado pé plano, popularmente conhecido como “pé chato”.
Embora os pais e responsáveis possam ficar preocupados, a condição não é considerada uma patologia. Apenas é importante avaliar se, no decorrer do tempo, surgem dores ou algum tipo de incômodo, como alertam as autoridades de saúde.
Algumas pessoas podem passar a vida toda sem apresentarem nenhum tipo de problema relacionado ao desenvolvimento incompleto do arco plantar. Outras podem ter complicações decorrentes do desvio na hora de pisar, como a tendinite, a maior probabilidade de entorse, e a inflamação e o inchaço dos tornozelos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), pais e responsáveis devem ficar atentos aos relatos das crianças sobre de dor constante, às deformidades aparentes e/ou progressivas e à perda do arco plantar por volta dos oito ou nove anos de idade. Para essas situações é necessário recorrer ao profissional de ortopedia.
O Ministério da Saúde informa que os pés saudáveis têm dedos estendidos e móveis e contam com alinhamento paralelo entre o antepé e o retropé. Além disso, também têm equilíbrio muscular, distribuem a força na região da sola quando se está de pé ou caminhando e não apresentam dores.
Há medidas que podem contribuir para o desenvolvimento do arco plantar. Dentre elas, o estímulo às crianças andarem descalço na grama e na areia, em locais que não corram o risco de se machucarem. A realização de atividades físicas, como andar de bicicleta e a natação, também podem ser benéficas.
Botas ortopédicas não são recomendadas
Muito populares no passado, as botas ortopédicas não são mais recomendadas pelos especialistas em ortopedia para as crianças que apresentam o pé plano. A SBOT afirma que o uso desse tipo de calçado rígido pode prejudicar o desenvolvimento.
Por isso, a sociedade de classe recomenda que a escolha do calçado para crianças menores siga os critérios de flexibilidade, conforto e proteção, priorizando solados que impeçam os meninos e as meninas de escorregarem. Para aquelas com faixa etária maior, devem ser observadas, ainda, as atividades desempenhadas e a durabilidade dos calçados.
Em alguns casos, o médico ortopedista pode recomendar o uso de palmilhas para evitar o desgaste e aumentar o conforto. Por isso, quando a criança apresenta a condição de pé plano, o mais indicado é fazer avaliações periódicas junto ao especialista. O procedimento cirúrgico é indicado apenas quando há um quadro de dores intensas.
O Ministério da Saúde orienta que os cuidados com os pés devem ser mantidos não só na infância. Nesse sentido, alerta para a escolha de calçados adequados também durante a adolescência e a fase adulta. A recomendação é optar por aqueles que tenham sola e palmilha macias, formato arredondado e que não apertem o calcanhar ou impeçam os movimentos dos dedos. Essas características são importantes para evitar problemas como calosidades, joanete e dedos em garra.